Dificilmente o cearense saberá antes de junho quem disputará ao certo a sucessão de Cid Gomes (Pros). Se alguns dos candidatos permanecem sujeitos apenas à especulação, já é fácil dizer - por outro lado - quem deverá protagonizar o processo eleitoral deste ano. Com apelo popular e influência sobre os principais partidos da aliança que governa o Ceará, Eunício Oliveira (PMDB), José Guimarães (PT) e o próprio Cid deverão tomar a frente da corrida pelo Executivo.
Com pouca chance do surgimento de novas lideranças de peso, o resultado da eleição deve ficar nas mãos dos três líderes. A situação é semelhante ao que ocorreu em 2012, quando polarização entre os “padrinhos” Luizianne Lins (PT) e Cid Gomes marcou a campanha eleitoral entre Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (Pros).
Nesse cenário, tem caminho mais livre o governador Cid Gomes. Figura sem oposição dentro do Pros - maior partido do Ceará, com 66 prefeitos - e com as máquinas do Estado e da Capital à sua disposição, ele terá “carta branca” para indicar seu candidato. Entre os nomes mais cotados, apenas nomes filiados ao próprio Pros. Contra Cid, apenas a ausência de nomes “naturais”, de grande visibilidade, para a disputa.
Único dos três principais líderes do Estado a ser ele próprio candidato, Eunício Oliveira enfrenta cenário mais complicado. Apesar de quase “martelo batido” no PMDB, a candidatura de Eunício é questionada por segmentos do partido - sobretudo pelos deputados Danilo Forte e Aníbal Gomes. Pesa a favor do peemedebista, no entanto, a proximidade com prefeituras importantes, como Juazeiro do Norte, Crato e Morada Nova, e influência na Executiva Nacional do PMDB - partido aliado de primeira hora de Dilma Rousseff (PT).
Racha interno
Os cenários atrapalhariam os planos de Guimarães, que busca apoiar candidato de Cid e concorrer ao Senado. O apoio do petista, em qualquer caso, é valioso: com 29 Prefeituras, o PT é o 2º maior partido do Ceará.