O procurador-geral da República, Augusto Aras, estuda estabelecer um período de transição antes de encerrar os trabalhos da força-tarefa da Lava Jato. Não está definido, porém, o tempo de duração. Internamente, há uma demanda por seis meses, mas Aras ainda não bateu o martelo.
No fim da tarde desta terça (1º), a subprocuradora-geral da República Maria Caetana Cintra Santos, integrante do Conselho Superior do Ministério Público Federal, proferiu decisão liminar determinando a prorrogação por mais um ano da atual estrutura da força-tarefa da Lava Jato.
O movimento sinaliza um ambiente pouco favorável à tentativa de Aras de estabelecer um novo modelo de atuação no combate à corrupção. A CNN apurou que a determinação da subprocuradora é considerada ilegal, mas que o caso deve ser levado ao Conselho Nacional do Ministério Público.
No fim de agosto, os procuradores de Curitiba, até então liderados por Deltan Dallagnol, apresentaram a Aras um pedido de prorrogação das atividades por mais um ano. O prazo de renovação do grupo vence no dia 10 de setembro.
Segundo a CNN apurou, Aras vai levar em consideração recente manifestação da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, que recomendou a continuidade dos trabalhos das forças-tarefas de combate à corrupção, pelo menos até a implantação de um eventual
modelo alternativo de trabalho. A justificativa é a de que o período de transição é necessário para que todo o volume de produção possa ser absorvido.
Ao optar pelo meio-termo, Aras também coloca um freio em eventuais críticas, uma vez que a decisão do procurador-geral acontece no momento que há desgaste entre os procuradores da Lava Jato e a cúpula da PGR. Aras defende o que chama de “correção de rumos” na operação.
Com a oficialização da saída de Deltan da coordenação da força-tarefa de Curitiba, a tendência é a de que o período de transição seja comandado pelo procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira, que vai vai assumir as funções de Deltan à frente da Lava Jato.
Oliveira já atua na operação, no grupo mantido na PGR (Procuradoria-Geral da República) em Brasília.
Como o âncora Daniel Adjuto mostrou, Aras vai convocar uma sessão extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público para decidir o futuro da força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná.
Aras tem a prerrogativa de decidir sozinho se prorroga ou não os trabalhos, mas quer uma decisão colegiada. O CSMPF é o órgão máximo de deliberação do MPF e é formado por dez conselheiros.