A Polícia Civil do Ceará cumpre, na manhã desta quinta-feira (3), seis mandados de busca e apreensão em uma operação que mira uma suposta organização criminosa que cobrava taxas ilegais a pacientes transplantados do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), na capital. Os mandados são cumpridos no hospital e nas residências de funcionários .
O Hospital Geral de Fortaleza (HGF) informou por meio de nota ao G1 que, em junho deste ano, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Ceará após receber a denúncia de que três funcionários terceirizados da unidade estariam cobrando pela marcação de consulta para um paciente do setor de transplante. À época, segundo o HGF, a direção do hospital também abriu um processo administrativo para apurar a conduta dos colaboradores, que foram chamados para depor. As investigações estão em andamento e segundo o HGF a unidade colabora com todas as informações necessárias.
Taxas de pacientes e familiares
De acordo com a Polícia Civil, a organização criminosa cobrava taxas de pacientes e seus familiares para garantir o fornecimento de medicações contínuas e influenciar na marcação de consultas e exames. A própria direção do hospital acionou os policiais, após constatar a irregularidade.
Os envolvidos podem ser indiciados por concussão, peculato e organização criminosa, ainda conforme a Polícia Civil. Quarenta policiais civis participam da operação.
A "Operação Hígia", que faz referência à deusa grega responsável pela preservação da saúde, busca desmontar o esquema criminoso e identificar outros envolvidos. Os alvos dos mandados não foram identificados.
O HGF, pertencente à rede estadual, foi um importante equipamento para o tratamento de pacientes no pico de Covid-19 no estado. Um hospital de campanha foi montado anexo à unidade para aumentar o número de leitos.
Em novembro, o HGF foi o único do Nordeste a ser selecionado para participar do Projeto Reab Pós-Covid-19 que tem como foco a retomada segura de consultas e cirurgias eletivas, aquelas marcadas previamente.