Um novo tipo de droga sintética está circulando nas festas “rave” do Ceará. Trata-se do MDMA, mais conhecida como MD ou “Michael Douglas”. A substância faz parte do princípio ativo do ecstasy e foi apreendida pela primeira vez no Estado, na última terça-feira, em Caucaia, durante uma operação da Delegacia de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil. O material estava no apartamento de um homem que vinha sendo investigado por tráfico de drogas. O acusado tem 28 anos e foi preso em flagrante.
No total, foram recolhidos 30 gramas de cristais de MDMA (abreviação de metilenodioximetanfetamina), 1.134 pontos de LSD, 35 comprimidos de ecstasy, 10 kg de maconha e cerca de R$ 2.700. As drogas estavam em sacos plásticos, guardados no quarto do acusado, que não teve a identidade revelada para não atrapalhar as investigações. Ele foi preso durante a tarde enquanto deixava o imóvel, localizado no bairro Tabapuá, com uma pequena quantidade de maconha no bolso. O acusado já respondia a um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por uso de drogas.
“Fomos até o apartamento dele e encontramos o restante do material”, contou o delegado Pedro Viana, titular da Denarc. Segundo ele, o jovem informou que atuava no tráfico há um ano e começou a comercializar as substâncias há apenas dois meses.
Com formato semelhante à areia de praia, o efeito do alucinógeno MDMA pode variar entre duas a oito horas, dependendo da quantidade ingerida. No Ceará, cada grama da droga estava sendo comercializado por cerca de R$ 50. Noutros estados, porém, o valor pode chegar a R$ 400. Segundo Pedro Viana, se diluído em bebidas, apenas um cristal é o suficiente para “satisfazer” três pessoas, que têm sua percepção das cores e luminosidade alteradas.
De acordo com agentes da Denarc, a droga atua no sistema nervoso central e pode ficar no organismo por até 48 horas. Além disso, o alucinógeno tem efeito semelhante ao do próprio ecstasy, exceto pela ausência da anfetamina, que provoca agitação. O MDMA é capaz de produzir fortes sensações de conforto e empatia, mas pode causar complicações cardíacas e hipertermia.
“Tanto essa droga, como o LSD, é de difícil apreensão. No caso do LSD, por ser vendido em cartelas de papel, pode ser escondido dentro de livros e cadernos, sendo facilmente traficado. Já o MD, até mesmo por se tratar de uma novidade, dificilmente é percebido. Só encontramos porque um agente nosso já tinha ouvido falar da droga e suspeitou que se trata da substância”, contou o delegado.
Procurado pelo O POVO, o titular da Delegacia de Repressão ao Tráfico de Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal, delegado Janderlyer Gomes, informou apenas que não há REGISTROS de apreensão da droga por parte da PF.